segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Moradores da comunidade Beira Rio, no Caça e Pesca, denunciam violência policial

Moradores da comunidade Beira Rio, no Caça e Pesca, denunciam violência policial


Moradores da comunidade Beira Rio, no bairro Caça Pesca, na última terça-feira sofreram violência policial, afirma uma das moradoras do bairro. A violência partiu do Grupo M. Dias Branco de acordo com os moradores da comunidade.

A Comunidade existe a mais de 20 anos, onde mais de 50 famílias vivem em moradias precárias e pagando aluguel, mesmo sem condições para tal. Além disso, usavam coletivamente um terreno que servia como área de lazer para crianças, área para plantio de milho e feijão, onde se guarda seus cavalos e mulas.

Há alguns meses apareceu na área uma pessoa que se diz proprietária do terreno, cercando-o, tendo inclusive fechado o acesso a essas moradias. A comunidade no final de semana passado, domingo, dia 4 de novembro, decidiu retomar suas terras.

Ainda de acordo com os moradores, na terça-feira, dia 06, por volta das 8h30min, chegou ao local um parente do suposto proprietário acompanhado de 12 policiais militares que derrubaram alguns barracos sem qualquer documento de propriedade do terreno ou qualquer ordem judicial de desocupação, tornando-se totalmente ilegal tal operação. Os moradores dizem ainda que um PM chegou a dizer que ali estava tendo "roubo, formação de quadrilha e que levaria quatro pessoas à delegacia".

No mesmo dia, por volta das 16h30min, chegou novamente ao terreno uma outra pessoa em nome do grupo Dias Branco que estaria negociando a compra do terreno, acompanhado de oito policiais militares e um trator. Derrubaram as casas, as cercas e atearam fogo nos barracos e utensílios da comunidade, como panelas e colchões. Ofereceram macarrões e empregos, como não foi aceito pela comunidade, disse que se fosse possível derrubaria cem vezes as casas, afirmam os moradores. Afirmam ainda que ontem, dia 07, por volta das 9h00, chegou novamente ao local um grupo de oito homens fortemente armados que derrubaram novamente barracos, agrediram várias pessoas e ameaçaram, apontando armas. "A comunidade reagiu dizendo que eles precisam é de casa para morar e não do macarrão", afirma Bruna Claudia, uma das moradoras do local.

Bruna Claudia diz ainda que foi dito pelo grupo que toda a área está sendo comprada pelo grupo M. Dias Branco e que já está sendo providenciado a mudança do nome do bairro.

Os moradores, organizados na comunidade, estão requerendo à Procuradoria Geral de Justiça e à Corregedoria Geral dos Órgãos de Segurança Pública do Estado do Ceará, que sejam abertos procedimentos para averiguar a participação dos policiais militares em desocupação forçada sem ordem judicial, bem como a responsabilização do grupo empresarial mandante.



Bruna Claudia (85) 9935.5335 / Jacqueline (Escritório Frei Tito de Alencar) (85) 3227.2687

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