quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Médicos cubanos ajudaram assassino de Che a recuperar a visão

A notícia foi divulgada pelo jornal oficial cubano Granma: o soldado que, há 40 anos, matou Che Guevara recuperou a visão graças a uma equipa de médicos cubanos. A "Operação Milagre", como é chamado o programa promovido pelos médicos cubanos que percorrem a América Latina atendendo gratuitamente pessoas com cataratas, fez a cirurgia do ex-sargento Mario Terán, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, a algumas centenas de quilômetros do local onde o militar matou Che.
"Ficamos indignados quando soubemos da notícia pelo rádio. É claro que o homem não se apresentou aqui dizendo que era o assassino de Che", disse Margarita Andreu, directora do centro oftalmológico de Santa Cruz, mantido pelos médicos cubanos e recentemente inaugurado pelo presidente boliviano, Evo Morales, admirador declarado de Fidel Castro e de Che.

As paredes brancas do consultório onde Terán foi atendido são cobertas com cartazes de Che. Diariamente, os quatro médicos que ali trabalham atendem mais de 100 pessoas.

"Os que vêm aqui não dão sempre a identidade verdadeira, às vezes usam documentos falsos, mas isso não é nosso problema", disse a directora.

O registro da clínica tem três pacientes com o nome "Mario Téran" e os médicos sequer sabem qual deles é o ex-sargento.

Margarita Andreu jura que teria atendido o soldado boliviano ainda que conhecesse sua identidade. "É o nosso dever, a nossa obrigação. O Che ganhou outra batalha".

Passada a operação, o filho de Mario Terán foi ao jornal local El Deber para expressar seu reconhecimento aos médicos cubanos.

Depois da morte de Che, o ex-sargento continuou a sua carreira até à patente de suboficial no Exército boliviano e, ao entrar para a reserva, não foi mais visto. Nunca quis falar em público.

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