quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Militantes do MCP s ão agredidos pela Guarda Municipal dentro do prédio do gabinete da prefeitura

Agressão da Guarda Municipal de Fortaleza Contra Militantes do MCP

Desde o início deste ano cerca de 500 pessoas organizadas em mais de 20 Núcleos de Trabalhadores Desempregados incentivados pelo Movimento dos Conselhos Populares-MCP, lutam pela implementação de Frentes de Trabalho em Fortaleza. Nesta longa caminhada muitas manifestações foram realizadas, com a presença de centenas de moradores oriundos de todas as regiões da cidade. Como fruto destas manifestações iniciou-se um processo de negociação junto ä Prefeitura Municipal; durante as negociações ficou acordado que o projeto das Frentes será implementado a partir deste ano através de cursos de formação política e de sensibilizaçào ao trabalho coletivo;
A etapa de implementação das frentes para 2008 está prevista para o orçamento do próximo ano; no entanto, devido a cortes orçamentários, os recursos previstos para as frentes também sofreram cortes. Munidos desta informação, o MCP organizou uma comissão com integrantes dos Núcleos de Trabalhadores Desempregados para negociar com o secretário da SEPLA(Secretaria de Planejamento). Por volta das 12:00h do dia 22 de novembro (Quinta-feira) cerca de 70 pessoas chegaram a sede da prefeitura e se dirigiram a SEPPLA; uma parte se acomodou na ante-sala e nos corredores da secretaria e uma parte foi recebida na sala do secretario.
A reunião durava cerca de meia hora; os encaminhamentos finais já estavam sendo debatidos e tudo corria bem, enquanto isso as pessoas na ante-sala esperavam tranqüilamente o resultado da reunião. De repente, sem que fossem solicitados pelo secretario, cerca de 15 soldados da Guarda Municipal invadiram a ante-sala ordenando de forma agressiva que todos se levantassem e se retirassem do local. Um dos guardas se dirigiu a um jovem que se levantava sem esboçar reação alguma e o agrediu com soco, em seguida o enforcando e o atingindo nos testículos. Ao mesmo tempo, em outro ponto da sala, duas pessoas que tentavam dialogar com o guarda agressor, eram intimidas por um outro que ameaçava constantemente sacar o revolver. Nos corredores algumas mulheres foram ameaçadas com gás de pimenta. Durante toda a ação havia total ausência de coordenação e disciplina, tendo todos os guardas demonstrado total descontrole; a situação de caos entre estes guardas era tamanho que nem com a
presença do secretário – que saía da sala de negociação no intuito de apaziguar a situação – foi suficiente em um primeiro momento para por fim às agressões; sendo necessário alguns minutos até que este conseguisse ser ouvido. Mesmo em sua presença, os guardas continuavam a intimidar verbalmente as pessoas presentes e um deles ainda ameaçou agredir uma delas na frente do secretário. Durante todo este episódio, o jovem que sofrera a agressão física continuava a ser enforcado pelo mesmo guarda, somente sendo solto alguns minutos depois.
Este episódio, ocorrido no prédio do gabinete da prefeita, infelizmente não é uma exceção e nem se trata de um fato inédito. Muitos são os relatos de moradores de bairros periféricos da cidade de fortaleza, em especial de jovens e adolescentes, que denunciam as constantes agressões físicas e verbais que vem sofrendo por parte de guardas municipais. Abordagens de cunho racista e homofóbicas (como os constantes espancamentos de homossexuais na praça da Gentilândia, por exemplo) fazem parte do currículo destes guardas que deveriam estar cumprindo o dever de zelar pelo patrimônio público ao invés de se apresentarem como arruaceiros fardados. No caso dos Movimentos Sociais a questão toma uma coloração política; as manifestações de setores mais necessitados da sociedade cearense que não tem acesso à moradia, trabalho, saúde e educação são tratadas na base da repressão e da violência física e psíquica. Esse tratamento por parte do Estado não é nenhuma novidade, principalmente em
se tratando de sociedades regidas pela lógica do capital. No entanto, aqueles que outrora assumiam o discurso dos direitos humanos e da livre expressão, e que por hora assumem a direção da máquina governamental, deveriam expressar uma postura firme com relação ao comportamento da Guarda Municipal.
Exigimos punição por parte da Prefeitura Municipal de Fortaleza perante os responsáveis pela agressão ocorrida no último dia 22 de novembro durante a manifestação do MCP; exigimos que a Prefeitura de Fortaleza se comprometa publicamente a não mais tolerar abusos de autoridade por parte de sua Guarda Municipal, seja diante de Movimentos Sociais, Partidos Políticos, Sindicatos, ou pessoas comuns que possuem seus direitos humanos garantidos por lei.

Fortaleza, 27 de novembro de 2007.

MCP
Movimento dos Conselhos Populares

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

- Oaxaca: dias de insurreição -

Artigo cronológico sobre o levante em Oaxaca
- Oaxaca: dias de insurreição -
(enviado pelo Companheiro Michael - Granja Portugal)

*O início do levante*




Em maio de 2006 mais de 70 mil trabalhadores e trabalhadoras do magistério no Estado de Oaxaca, México, entraram em greve reivindicando aumentos salariais e condições mais humanas de trabalho. Após quase um mês de agitação grevista, no dia 14 de junho a repressão estatal em cima do povo chegou a um auge em que a tropa de choque espancou todas e todos que estavam manifestando na praça central da cidade. Centenas de pessoas foram presas e a rádio comunitária de professores/as foi brutalmente atacada, o que resultou em dezenas de feridos e feridas.

No início da semana seguinte, inúmeros movimentos sociais começaram a se somar às mobilizações. Cerca de 365 organizações populares se reuniram em massa e decidiram, em um congresso geral altamente representativo, a fundação do que seria e está sendo a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO). Com o intuito de agregar à greve do Magistério maiores demandas, exigiam, principalmente, a saída do governador Ulises Ruiz, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), e também a gestão do Estado pelo próprio povo através de assembléias populares municipais, organizadas de baixo para cima.

Com o passar do mês de junho, a APPO começou a se auto-organizar e cada vez mais a população foi aderindo à luta, pessoas jovens, adultas, da terceira idade, homens, mulheres, garotas e garotos, indígenas e camponesas e camponeses de todos os setores da sociedade estavam juntas em torno de um objetivo: autonomia dos povos, idéia que tem a mesma semente das associações de bairro autônomas, das cooperativas autogestionadas, das padarias comunitárias e dos movimentos sociais no geral, ou seja, criar o poder popular.

No dia 2 de agosto uma marcha de duas mil mulheres ocupou e tomou o canal de televisão estatal Canal 9 (que ficou sob posse delas até dia 21) e suas emissoras de rádio. Na madrugada do dia 22, saindo do Canal 9, caminharam em direção a doze radiodifusoras da cidade e ocuparam todas elas.

A partir daí o levante estava declarado. Com o passar dos dias todos os prédios públicos foram ocupados, o Zócalo, mais conhecido por aqui como Paço (praça central onde ficam os edifícios dos poderes constituídos), estava sob o poder do povo ou seja, a prefeitura, o tribunal de justiça e o ministério público estavam tomados. Existiam nas ruas de Oaxaca mais de 3 mil barricadas e plantões da APPO, o clima de ingovernabilidade institucional estava estabelecido, não se via mais a polícia municipal dando conta das manifestações nas ruas e o prefeito não mais se encontrava na cidade. Setembro já chegava ao fim e a luta se preparava para ir além em seus atos quando a repressão estatal começou a aumentar com uma crescente militarização ao redor da capital ? helicópteros, navios e caminhões das forças nacionais já a circundavam, deixando a situação altamente tensa.

Ao mesmo tempo em que o povo oaxaquenho lutava pela retirada de Ulises Ruiz do governo do Estado de Oaxaca, manifestava também seu repúdio à posse do novo presidente da nação mexicana, eleito numa eleição vulgarmente fraudada em que o eleito, Felipe Calderón do Partido Ação Nacional (PAN), venceu por uma diferença de 0,5% o candidato do Partido da Revolução Democrática (PRD), Andrés Manuel López Obrador.


*O Ataque à Comuna*



No dia 16 de outubro, vinte e um integrantes da APPO instalaram um acampamento no Centro Histórico da Cidade do México e permaneceram em greve de fome durante mais de um mês. E na sexta-feira, dia 27 de outubro, Bradley Roland, jornalista-ativista do Centro de Mídia Independente (CMI - www.midiaindependente.org) de Nova York ( http://nyc.indymedia.org) foi assassinado com um tiro no peito em frente ao palácio municipal na cidade de Caliente. Brad Will estava cobrindo o levante popular quando a barricada em que se encontrava foi atacada por um grupo paramilitar pró-governista que faz uso de armas de fogo.

Na manhã do dia seguinte, sábado, o novo presidente Felipe Calderón deu o aval para a invasão na cidade por parte da Polícia Federal Preventiva (PFP) e a partir desse dia a história da Comuna de Oaxaca deu uma guinada. As forças federais, com auxílio da polícia estadual e de milícias paramilitares priistas (pró-governo estadual), atuaram de maneira bruta em todo o Estado visando desmantelar por completo a Assembléia Popular do Povos de Oaxaca - prendendo, torturando, assassinando, seqüestrando, estuprando e saqueando o povo rebelde oaxaquenho.

Isso gerou uma campanha nacional e internacional de resistência e solidariedade à Comuna. Passadas três semanas diversos protestos surgiram em mais de trinta países. Para se ter noção de como a campanha flui rápido, logo na segunda-feira, 30 de Outubro, ao menos 14 cidades estadunidenses aderiram ao protesto. Em Nova Iorque, cerca de 11 manifestantes foram detidos. Na Europa, atos ocorreram em Londres e em Barcelona o Consulado do México foi ocupado por alguns minutos. Durante as semanas seguintes, no Brasil, a adesão à resistência se fez presente em Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Tefé (AM), Goiânia, Marília e Fortaleza. No México, alguns centros acadêmicos da UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México) foram ocupados, barricadas ao redor da universidade foram construídas e membros da APPO realizaram demonstrações com dezenas de milhares de pessoas nas ruas da capital do país.

Em Oaxaca o povo insurgente mudaria de tática e todas as suas ações estariam voltadas para uma resistência sem-fim, para manter a cidade sobre seu poder e assegurar a vida de todos e todas. Então, ao mesmo tempo em que mega-marchas eram realizadas na tentativa de pressão para derrubada de Ulises Ruiz, o povo se concentrava na proteção das barricadas e dos plantões juntamente com os prédios ocupados e tentava impedir a entrada da PFP na cidade com uma possível tomada da rádio universitária.

Esta rádio teve um papel enorme de comunicação interna municipal e também internacional, uma vez que fazia a transmissão pela internet espalhando tudo o que ocorria ao vivo de minuto a minuto e era retransmitida por centenas ou milhares de rádios livres no mundo todo. A rádio APPO, como era chamada a rádio da Universidade Autônoma Benito Juarez, foi um canal de concentração e de distribuição de informações, canal em que locutoras/es ficavam noticiando horas sem parar, tocando canções revolucionárias, recebendo chamadas telefônicas do mundo todo e narrando todos os acontecimentos.



*A resistência popular*




A cidade estava passando por dias de insurreição pacífica e organização popular maciça ao mesmo tempo em que era cenário de um estado de violência física, psicológica e emocional da repressão política que resultou em cerca de mais de 30 populares mortos/as e milhares deles/as feridos/as.

Conforme as tradições revividas a cada ano, no dia de Finados, 2 de novembro, a população se preparava para passar o dia nos cemitérios, compartilhando a comida, as flores, as dores e as alegrias com seus mortos. E exatamente nessa época (1 a 5 de novembro) a "Operação Juarez 2006" dava seus primeiros passos em torno da Universidade Autônoma Benito Juarez de Oaxaca (UABJO), tentando recrudescer a repressão à Comuna. A tentativa inicial é fracassada e o povo resiste fazendo os atacantes recuarem, mas neste mesmo dia a PFP acabou roubando o Zócalo do povo.

Passaram dias e a organização popular continuava se defendendo como podia e exigindo a saída de Ulises Ruiz do governo. Para além disto, a luta avançou em um novo setor: a construção de novas formas de fazer política. No congresso constitutivo da APPO, que terminou em 12 de novembro, as comunidades indígenas aderiram ao movimento. A adesão foi possível porque princípios como horizontalidade, ajuda mútua, e mesmo o "mandar obedecendo" de inspiração zapatista, ganharam força na organização que, se antes poderia ser identificada com uma esquerda mais tradicional, atualmente é algo bastante diferenciado, graças àqueles princípios já caros à resistência indígena. No dia 30 de outubro o Exército Zapatista de Libertação Nacional lançou um comunicado chamando ações em solidariedade aos povos de Oaxaca. Essas ações aconteceram em várias cidades do mundo no dia primeiro de novembro.

O mês de novembro adentrava e a sensação que se tinha agora era de estar ocorrendo um massacre na cidade insurgente. Os relatos de torturas cresciam em progressão aritmética; prisões, estupros, saques ao pequeno comércio e invasões de casas por parte das forças federais ocorriam sem parar. O terror Estatal estava à solta. No dia 25 de novembro a sétima mega-marcha tomou as ruas de Oaxaca - milhares de pessoas saíram para protestar pela saída do governador Ulises Ruiz e da Polícia Federal Preventiva, e também pela liberação de presas/os políticas/os. Esse ato acabou atingindo cerca de 6 km de marcha. Na convocação o chamado era para cercar pacificamente a PFP, que ocupava desde o dia 29 de Outubro o centro da cidade promovendo uma guerra de baixa intensidade. E sem dúvida foi um dos dias noticiados mais violentos, com no mínimo 3 mortes, milhares de desaparecimentos, detenções e feridos/as. Lembrando que a repressão vinha de outros lados também, nesse dia, entrou em ação a operação "as caravanas da morte", isto é, caminhonetes brancas com paramilitares fortemente armados atacando barricadas e pontos estratégicos da APPO.

Poucos dias se passaram e a Rádio Universitária 1400 (AM), acabou sendo entregue ao Reitor da UABJO. A rádio, localizada dentro da Universidade e que comunicava direto das barricadas que protegiam os prédios públicos ocupados, assim como denunciava as ações da PFP, era protegida também pela barricada 5 Señores". No entanto, dia 29 de novembro, após um mês da invasão das forças federais na cidade, a barricada foi desobstruída. E por ver que sem esta não havia nenhuma proteção para se continuar transmitindo, foi decidida a entrega da rádio ao Reitor da Cidade Universitária, o qual sempre se posicionou contra todas as tentativas de invasão que a PFP fez durante esse tempo.

Já era dezembro. A APPO se encontrava em clandestinidade e mesmo sem ter um veículo de comunicação e sem ter um local seguro para se organizar, não se intimidou e continuou convocando o povo para tomar as ruas e a resistir a toda repressão que agora já sabíamos de ter chegado em vilarejos indígenas em volta da capital. O EZLN tinha terminado a caminhada por todos os estados do México pelo projeto chamado ?A Outra Campanha?, em que vinha organizar grupos e indivíduos anticapitalistas no acúmulo de forças para o fazer de uma nova forma de política, desestabilizando a via institucional, uma vez que o ano de 2006 foi um ano de eleições no México. Além disso, o EZLN fez um chamado internacional de solidariedade à Comuna de Oaxaca para o dia 22 de dezembro, ato em que, novamente, milhares de pessoas foram às ruas em todo o mundo manifestar seu apoio às reivindicações do povo rebelde de Oaxaca reafirmando que toda a luta não será em vão. Quase todos os atos foram dirigidos às embaixadas ou consulados mexicanos nos devidos países solidários.

Desde o final de dezembro ao início de janeiro, a situação em Oaxaca se mantém crítica. A lista de pessoas torturadas e presas aumenta e o cerco midiático está funcionando como o governo quer. A repressão estatal domina a cidade. A Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca está na clandestinidade, encontra-se enclausurada e o termômetro para avaliar o movimento é a participação popular no seguinte objetivo: organização para libertação de todas as pessoas presas e a confirmação de desaparecidos/as e mortos/as, mais a proteção da sociedade organizada em revolta. Os meios de comunicação solidários à resistência estão tendo, também, um papel importantíssimo, aquele de apresentar ao mundo as histórias de lutas, dores e vitórias vividas verdadeiramente por centenas de milhares de mulheres e homens em busca do complexo sonho que é a dignidade de um povo. A dignidade de quem se encontra abaixo e organizado coletivamente de maneira autônoma e diretamente democrática.

Coincidente ao final do ano nota-se agora uma mudança de atmosfera, o futuro parece incerto e o ar é mais denso. As apostas foram feitas, as fichas foram arriscadas. E agora, o que restou?
Após a tempestade... a calmaria. Após a calmaria...


Por y.

Verão de 2007


***

Nota: esse artigo foi feito com a ajuda das publicações feitas ao longo dos meses no CMI Brasil, sendo que alguns trechos são paráfrases dos editoriais.
Link do artigo: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/01/370354.shtml

Nota: O artigo pode ser espalhado, desde que a fonte e o autor sejam citados e que não seja para fins comerciais

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Médicos cubanos ajudaram assassino de Che a recuperar a visão

A notícia foi divulgada pelo jornal oficial cubano Granma: o soldado que, há 40 anos, matou Che Guevara recuperou a visão graças a uma equipa de médicos cubanos. A "Operação Milagre", como é chamado o programa promovido pelos médicos cubanos que percorrem a América Latina atendendo gratuitamente pessoas com cataratas, fez a cirurgia do ex-sargento Mario Terán, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, a algumas centenas de quilômetros do local onde o militar matou Che.
"Ficamos indignados quando soubemos da notícia pelo rádio. É claro que o homem não se apresentou aqui dizendo que era o assassino de Che", disse Margarita Andreu, directora do centro oftalmológico de Santa Cruz, mantido pelos médicos cubanos e recentemente inaugurado pelo presidente boliviano, Evo Morales, admirador declarado de Fidel Castro e de Che.

As paredes brancas do consultório onde Terán foi atendido são cobertas com cartazes de Che. Diariamente, os quatro médicos que ali trabalham atendem mais de 100 pessoas.

"Os que vêm aqui não dão sempre a identidade verdadeira, às vezes usam documentos falsos, mas isso não é nosso problema", disse a directora.

O registro da clínica tem três pacientes com o nome "Mario Téran" e os médicos sequer sabem qual deles é o ex-sargento.

Margarita Andreu jura que teria atendido o soldado boliviano ainda que conhecesse sua identidade. "É o nosso dever, a nossa obrigação. O Che ganhou outra batalha".

Passada a operação, o filho de Mario Terán foi ao jornal local El Deber para expressar seu reconhecimento aos médicos cubanos.

Depois da morte de Che, o ex-sargento continuou a sua carreira até à patente de suboficial no Exército boliviano e, ao entrar para a reserva, não foi mais visto. Nunca quis falar em público.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Fotos na Plenária do Movimento.





Veja as fotos da Plenária Geral do MCP que aconteceu no dia 11 de novembro de 2007, no CSU da Borges de Melo.

Frei Betto compara governador do Rio a Hitler.

Frei Betto compara governador do Rio a Hitler


Agencia Estado
O teólogo frei Betto criticou duramente o governador do Rio, Sérgio Cabral, e propôs que ele inaugure uma estátua de Adolf Hitler, líder nazista alemão. A sugestão foi feita em entrevista no 6º Encontro Nacional de Fé e Política, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, ao comentar a recente declaração do governador fluminense a favor de aborto como forma de reduzir o número de marginais nas favelas.

"O governador do Rio falou do aborto, falou que a Rocinha é fábrica de marginais e recusou-se a receber representante da ONU que está em visita ao Brasil. Acho que ele deveria inaugurar uma estátua de Hitler em praça pública, porque está havendo uma grande coincidência entre sua política de saneamento e de repressão ao narcotráfico com aquilo que fez o III Reich", disse.

O religioso também criticou a atuação da polícia fluminense durante a gestão de Cabral. "Quando eu vejo que cerca de mil pessoas foram assassinadas pela reação policial, de janeiro para cá, isso para mim é um genocídio", disse, citando dados da organização não-governamental (ONG) Rio de Paz.

Frei Betto disse ser contrário a ações violentas por parte da polícia e considera que esse tipo de postura só conduz a uma piora de cenário. "A bandidagem você não acaba com aquela receita que está no Tropa de Elite (filme do diretor Antônio Padilha, sobre a polícia fluminense): de que, para enfrentar o bandido, é preciso de uma polícia bandida. Assim, nós vamos para barbárie", disse.

Moradores da comunidade Beira Rio, no Caça e Pesca, denunciam violência policial

Moradores da comunidade Beira Rio, no Caça e Pesca, denunciam violência policial


Moradores da comunidade Beira Rio, no bairro Caça Pesca, na última terça-feira sofreram violência policial, afirma uma das moradoras do bairro. A violência partiu do Grupo M. Dias Branco de acordo com os moradores da comunidade.

A Comunidade existe a mais de 20 anos, onde mais de 50 famílias vivem em moradias precárias e pagando aluguel, mesmo sem condições para tal. Além disso, usavam coletivamente um terreno que servia como área de lazer para crianças, área para plantio de milho e feijão, onde se guarda seus cavalos e mulas.

Há alguns meses apareceu na área uma pessoa que se diz proprietária do terreno, cercando-o, tendo inclusive fechado o acesso a essas moradias. A comunidade no final de semana passado, domingo, dia 4 de novembro, decidiu retomar suas terras.

Ainda de acordo com os moradores, na terça-feira, dia 06, por volta das 8h30min, chegou ao local um parente do suposto proprietário acompanhado de 12 policiais militares que derrubaram alguns barracos sem qualquer documento de propriedade do terreno ou qualquer ordem judicial de desocupação, tornando-se totalmente ilegal tal operação. Os moradores dizem ainda que um PM chegou a dizer que ali estava tendo "roubo, formação de quadrilha e que levaria quatro pessoas à delegacia".

No mesmo dia, por volta das 16h30min, chegou novamente ao terreno uma outra pessoa em nome do grupo Dias Branco que estaria negociando a compra do terreno, acompanhado de oito policiais militares e um trator. Derrubaram as casas, as cercas e atearam fogo nos barracos e utensílios da comunidade, como panelas e colchões. Ofereceram macarrões e empregos, como não foi aceito pela comunidade, disse que se fosse possível derrubaria cem vezes as casas, afirmam os moradores. Afirmam ainda que ontem, dia 07, por volta das 9h00, chegou novamente ao local um grupo de oito homens fortemente armados que derrubaram novamente barracos, agrediram várias pessoas e ameaçaram, apontando armas. "A comunidade reagiu dizendo que eles precisam é de casa para morar e não do macarrão", afirma Bruna Claudia, uma das moradoras do local.

Bruna Claudia diz ainda que foi dito pelo grupo que toda a área está sendo comprada pelo grupo M. Dias Branco e que já está sendo providenciado a mudança do nome do bairro.

Os moradores, organizados na comunidade, estão requerendo à Procuradoria Geral de Justiça e à Corregedoria Geral dos Órgãos de Segurança Pública do Estado do Ceará, que sejam abertos procedimentos para averiguar a participação dos policiais militares em desocupação forçada sem ordem judicial, bem como a responsabilização do grupo empresarial mandante.



Bruna Claudia (85) 9935.5335 / Jacqueline (Escritório Frei Tito de Alencar) (85) 3227.2687

domingo, 11 de novembro de 2007

Sobre as greves

Texto enviado pelo Companheiro Michael da Granja, gostaria de agradecer
Sobres as Greves
Nos últimos anos, as greves operárias são extraordinariamente freqüentes na Rússia. Não existe nenhuma província industrial onde não tenha havido várias greves. Quanto às grandes cidades, as greves não cessam. Compreende-se, pois, que os operários conscientes e os socialistas se coloquem cada vez mais amiúde a questão do significado das greves, das maneiras de realizá-las e das tarefas que os socialistas se propõem ao participarem nelas.
Em primeiro lugar, é preciso ver como se explica o nascimento e a difusão das greves. Quem se lembra de todos os casos de greve conhecidos por experiência própria, por relatos de outros ou através dos jornais, verá logo que as greves surgem e se expandem onde aparecem e trabalham centenas (e, às vezes, milhares) de operários; aí dificilmente se encontrará uma fábrica em que não tenha havido greves; quando eram poucas as grandes fábricas na Rússia, rareavam as greves; mas visto que elas crescem com rapidez tanto nas antigas localidades fabris como nas novas cidades e aldeias industriais, as greves tornam-se cada vez mais freqüentes.
Por que a grande produção fabril leva sempre às greves? Isso se deve ao fato de que o capitalismo leva, necessariamente, à luta dos operários contra os patrões, e quando a produção se transforma numa produção em grande escala, essa luta se converte necessariamente em luta grevista.
Denomina-se capitalismo a organização da sociedade em que a terra, as fábricas, os instrumentos de produção, etc., pertencem a um pequeno numero de latifundiários e capitalistas, enquanto a massa do povo não possui nenhuma ou quase nenhuma propriedade e deve, por isso, alugar sua força de trabalho. Os latifundiários e os industriais contratam os operários, obrigando-os a produzir tais ou quais artigos, que eles vendem no mercado. Os patrões pagam aos operários exclusivamente o salário imprescindível para que estes e sua família mal possam subsistir, e tudo o que o operário produz acima dessa quantidade de produtos necessária para a sua manutenção o patrão embolsa: isso constitui o seu lucro. Portanto, na economia capitalista, a massa do povo trabalha para outros, não trabalha para si, mas para os patrões, e o faz por um salário: compreende-se que os patrões tratem sempre de reduzir o salário: quanto menos entreguem aos operários, mais lucro lhes sobra. Em compensação, os operários tratam de receber o maior salário possível, para poder sustentar a sua família com uma alimentação abundante e sadia, viver numa boa casa e não se vestir como mendigos, mas como se veste todo mundo. Portanto, entre patrões e operários há uma constante luta pelo salário: o patrão tem liberdade de contratar o operário que quiser, pelo que procura o mais barato. O operário tem liberdade de alugar-se ao patrão que quiser, e procura o que paga mais. Trabalhe o operário na cidade ou no campo, alugue seus braços a um latifundiário, a um fazendeiro rico, a um contratista ou a um industrial, sempre regateia com o patrão, lutando contra ele pelo salário.
Mas, pode o operário, por si só, sustentar essa luta? É cada vez maior o numero de operários: os camponeses se arruinam e fogem das aldeias para as cidades e para as fábricas. Os latifundiários e os industriais introduzem máquinas, que deixam os operários sem trabalho. Nas cidades aumenta incessantemente o número de desempregados, e nas aldeias o de gente reduzida a miséria: a existência de um povo faminto faz baixarem ainda mais os salários. É impossível para o operário lutar sozinho contra o patrão. Se o operário exige maior salário ou não aceita a sua rebaixa, o patrão responde: vá para outro lugar, são muitos os famintos que esperam à porta da fabrica e ficarão contentes em trabalhar, mesmo que por um salário baixo.
Quando a ruína do povo chega a tal ponto que nas cidades e nas aldeias há sempre massas de desempregados. quando os patrões amealham enormes fortunas e os pequenos proprietários são substituídos pelos milionários, então o operário transforma-se num homem absolutamente desvalido diante do capitalista. O capitalista obtém a possibilidade de esmagar por completo o operário, de condená-lo à morte num trabalho de forçados, e não só ele, como também sua mulher e seus filhos. Com efeito, vejam as indústrias em que os operários ainda não conseguiram ficar amparados pela lei e não podem oferecer resistência aos capitalistas, e comprovarão que a jornada de trabalho é incrivelmente longa, até de 17 a 19 horas. que criaturas de cinco ou seis anos executam um trabalho extenuante e que os operários passam fome constantemente, condenados a uma morte lenta. Exemplo disso é o caso dos operários que trabalham a domicílio para os capitalistas: mas, qualquer operário se lembrará de muitos outros exemplos! Nem mesmo na escravidão e sob o regime de escravidão existiu uma opressão tão terrível do povo trabalhador como a que sofrem os operários quando não podem opor resistência aos capitalistas nem conquistar leis que limitem a arbitrariedade patronal.
Pois bem, para não permitir que sejam reduzidos a esta tão extrema situação de penúria, os operários iniciam a mais encarniçada luta. Vendo que cada um deles por si só é absolutamente impotente e vive sob a ameaça de perecer sob o jugo do capital, os operários começam a erguer-se, juntos, contra seus patrões. Dão início às greves operárias. A princípio é comum que os operários não tenham nem sequer, uma idéia clara do que procuram conseguir, não compreendem porque atuam assim: simplesmente quebram as máquinas e destroem as fábricas. A única coisa que desejam é fazer sentir aos patrões a sua indignação: experimentam suas forças mancomunadas para sair de uma situação insuportável, sem saber ainda porque sua situação é tão desesperada e quais devem ser suas aspirações.
Em todos os países, a indignação começou com distúrbios isolados, com motins, como dizem em nosso país a polícia e os patrões. Em todos os países, estes distúrbios deram lugar, de um lado, a greves mais ou menos pacificas e, de outro, a uma luta de muitas faces da classe operária por sua emancipação.
Mas que significado têm as greves na luta da classe operária? Para responder a essa pergunta devemos nos deter primeiro em examinar com mais detalhes as greves. Se o salário dos operários se determina – como vimos – por um convênio entre o patrão e o operário. e se cada operário por si só é de todo impotente, torna-se claro que os operários devem necessariamente defender juntos as suas reivindicações; devem necessariamente declarar-se em greve, para impedir que os patrões baixem os salários, ou para conseguir um salário mais alto. E, efetivamente, não existe nenhum pais capitalista em que não sejam deflagradas greves operárias. Em todos os países europeus e na América, os operários se sentem, em toda parte, impotentes quando atuam individualmente e só podem opor resistência aos patrões se estiverem unidos, quer declarando-se em greve, quer ameaçando com a greve. E quanto mais se desenvolve o capitalismo, quanto maior é a rapidez com que crescem as grandes fábricas, quanto mais se vêem deslocados os pequenos pelos grandes capitalistas, mais imperiosa é a necessidade de uma resistência conjunta dos operários porque se agrava o desemprego, aguça-se a competição entre os capitalistas, que procuram produzir mercadorias de modo mais barato possível (para o que é preciso pagar aos operários o menos possível), e acentuam-se as oscilações da industrial e as crises. Quando a indústria prospera, os patrões obtêm grandes lucros e não pensam em reparti-los com os operários: mas durante a crise os patrões tratam de despejar sobre os ombros dos operários os prejuízos. A necessidade das greves na sociedade capitalista está tão reconhecida por todos nos países europeus, que lá a lei não proíbe a declaração de greves: somente na Rússia subsistiram leis selvagens contra as greves (destas leis e de sua aplicação falaremos em outra oportunidade).
Mas as greves, por emanarem da própria natureza da sociedade capitalista, significam o começo da luta da classe operária contra esta estrutura da sociedade. Quando os operários despojados que agem individualmente enfrentam os potentados capitalistas, isso equivale a completa escravização dos operários. Quando, porém, estes operários desapossados se unem, a coisa muda. Não há riquezas que os capitalistas possam aproveitar se não encontram operários dispostos a trabalhar com os instrumentos e materiais dos capitalistas e a produzir novas riquezas. Quando os operários enfrentam sozinhos os patrões continuam sendo verdadeiros escravos, trabalhando eternamente para um estranho, por um pedaço de pão, como assalariados eternamente submissos e silenciosos. Mas quando os operários levantam juntos suas reivindicações e se negam a submeter-se a quem tem a bolsa de ouro, deixam então de ser escravos, convertem-se em homens e começam a exigir que seu trabalho não sirva somente para enriquecer a um punhado de parasitas, mas que permita aos trabalhadores viver como pessoas. Os escravos começam a apresentar a reivindicação de se transformarem em donos: trabalhar e viver não como queiram os latifundiários e capitalistas, mas como queiram os próprios trabalhadores. As greves infundem sempre tal espanto aos capitalistas porque começam a fazer vacilar seu domínio. "Todas as rodas se detêm se assim o quer teu braço vigoroso" diz sobre a classe operária uma canção dos operários alemães. Com efeito, as fábricas, as propriedades dos latifundiários, as máquinas, as ferrovias, etc., etc., são, por assim dizer, rodas de uma enorme engrenagem: esta engrenagem fornece diferentes produtos, transforma-os, distribui-os onde necessários. Toda esta engrenagem é movida pelo operário, que cultiva as terras, extrai os minerais, elabora as mercadorias nas fábricas, constrói casas, oficinas e ferrovias. Quando os operários se negam a trabalhar, todo esse mecanismo ameaça paralisar-se. Cada greve lembra aos capitalistas que os verdadeiros donos não são eles, e sim os operários, que proclamam seus direitos com força crescente. Cada greve lembra aos operários que sua situação não é desesperada e que não estão sós. Vejam que enorme influência exerce uma greve tanto sobre os grevistas como sobre os operários das fábricas vizinhas ou próximas, ou das fábricas do mesmo ramo industrial. Nos tempos atuais, pacíficos, o operário arrasta em silêncio sua carga. não reclama ao patrão, não reflete sobre sua situação. Durante uma greve, o operário proclama em voz alta suas reivindicações, lembra aos patrões todos os atropelos de que tem sido vítima, proclama seus direitos, não pensa apenas em si ou no seu salário, mas pensa também em todos os seus companheiros que abandonaram o trabalho junto com ele e que defendem a causa operária sem medo das provocações.
Toda greve acarreta ao operário grande numero de privações, tão terríveis que só se podem comparar com as calamidades da guerra: fome na família, perda do salário, freqüentes detenções, expulsão da cidade em que reside e onde trabalhava. E apesar de todas essas calamidades, os operários desprezam os que se afastam de seus companheiros e entram em conchavos com o patrão. Vencidas as calamidades da greve, os operários das fábricas próximas sentem entusiasmo sempre que vêem seus companheiros iniciarem a luta. "Os homens que resistem a tais calamidades para quebrar a oposição de um burguês, saberão também quebrar a força de toda a burguesia", dizia um grande mestre do socialismo, Engels, falando das greves dos operários ingleses. Amiúde, basta que se declare em greve uma fabrica para que imediatamente comece uma série de greves em muitas outras fábricas. Como é grande a influência moral das greves, como é contagiante a influência que exerce nos operários ver seus companheiros que, embora temporariamente, se transformam de escravos em pessoas com os mesmos direitos dos ricos! Toda greve infunde vigorosamente nos operários a idéia do socialismo; a idéia da luta de toda a classe operária por sua emancipação do jugo do capital. É muito freqüente que, antes de uma grande greve, os operários de uma fábrica, uma indústria ou uma cidade qualquer, não conheçam sequer o socialismo, nem pensem nele, mas que depois da greve difundam-se entre eles, cada vez mais, os círculos e as associações, e seja maior o número dos operários que se tornam socialistas.
A greve ensina os operários a compreender onde repousa a força dos patrões e onde a dos operários; ensina a pensarem não só em seu patrão e em seus companheiros mais próximos, mas em todos os patrões, em toda a classe capitalista e em toda a classe operária. Quando um patrão que acumulou milhões às custas do trabalho de varias gerações de operários não concede o mais modesto aumento de salário e inclusive tenta reduzi-lo ainda mais e, no caso de os operários oferecerem resistência, põe na rua milhares de famílias famintas, então os operários vêem com clareza que toda a classe capitalista é inimiga de toda a classe operária e que os operários só podem confiar em si mesmos e em sua união. Acontece muitas vezes que um patrão procura enganar, de todas as formas, aos operários, apresentando-se diante deles como um benfeitor, encobrindo a exploração de seus operários com uma dádiva insignificante qualquer, com qualquer promessa falaz. Cada greve sempre destrói de imediato este engano, mostrando aos operários que seu "benfeitor" é um lobo com pele de cordeiro.
Mas a greve abre os olhos dos operários não só quanto aos capitalistas, mas também ao que se refere ao governo e às leis. Do mesmo modo que os patrões se esforçam para aparecerem como benfeitores dos operários. Os funcionários e seus lacaios se esforçam para convencer os operários de que o czar e o governo czarista se preocupam com os patrões e os operários na mesma medida, com espírito de justiça. O operário não conhece as leis e não convive com os funcionários, em particular os altos funcionários, razão pela qual dá, freqüentemente, crédito a tudo isso. Eclode, porém, uma greve. Apresentam-se na fabrica o fiscal, o inspetor fabril, a polícia e, não raro. tropas, e então os operários percebem que infringiram a lei: a lei permite aos donos de fábricas reunir-se e tratar abertamente sobre a maneira de reduzir o salário dos operários. ao passo que os operários são tachados de delinqüentes ao se colocarem todos de acordo! Despejam os operários de suas casas, a policia fecha os armazéns em que os operários poderiam adquirir comestíveis a crédito e pretende-se instigar os soldados contra os operários, mesmo quando estes mantêm uma atitude serena e pacifica. Dá-se inclusive aos soldados ordem de abrir fogo contra os operários, e quando matam trabalhadores indefesos, atirando-lhes pelas costas, o próprio czar manifesta a sua gratidão as tropas (assim fez com os soldados que mataram grevistas em Iaroslavl, em 1895). Torna-se claro para todo operário que o governo czarista é um inimigo jurado, que defende os capitalistas e ata de pés e mãos os operários. O operário começa a entender que as leis são adotadas em benefício exclusivo dos ricos, que também os funcionários defendem os interesses dos ricos, que se tapa a boca do povo trabalhador e não se permite que ele exprima suas necessidades e que a classe operária deve necessariamente arrancar o direito de greve, o direito de participar duma assembléia popular representativa encarregada de promulgar as leis e de velar por seu cumprimento. Por sua vez. o governo compreende muito que as greves abrem os olhos dos operários, razão porque tanto as teme e se esforça a todo custo para sufocá-las o mais rápido possível. Um ministro do Interior alemão, que ficou famoso por suas ferozes perseguições contra os socialistas e os operários conscientes, declarou em uma ocasião, não sem motivo, perante os representantes do povo: "Por trás de cada greve aflora o dragão da revolução". Durante cada greve cresce e desenvolve-se nos operários a consciência de que o governo é seu inimigo e de que a classe operária deve preparar-se para lutar contra ele pelos direitos do povo.
Assim, as greves ensinam os operários a unirem-se; as greves fazem-nos ver que somente unidos podem agüentar a luta contra os capitalistas; as greves ensinam os operários a pensarem na luta de toda a classe patronal e contra o governo autocrático e policial. Exatamente por isso, os socialistas chamam as greves de "escola de guerra", escola em que os operários aprendem a desfechar a guerra contra seus inimigos, pela emancipação de todo o povo e de todos os trabalhadores do jugo dos funcionários e do jugo do Capital.
Mas a "escola de guerra” ainda não é a própria guerra. Quando as greves alcançam grande difusão, alguns operários (e alguns socialistas) começam a pensar que a classe operária pode limitar-se às greves e às caixas ou sociedades de resistência[1], que apenas com as greves a classe operária pode conseguir uma grande melhora em sua situação e até sua própria emancipação. Vendo a força que representam a união dos operários e até mesmo suas pequenas greves, pensam alguns que basta aos operários deflagrarem a greve geral em todo o pais para poder conseguir dos capitalistas e do governo tudo o que queiram. Esta opinião também foi expressada pelos operários de outros países quando o movimento operário estava em sua etapa inicial e os operários ainda tinham muito pouca experiência.
Esta opinião, porém, é errada. As greves são um dos meios de luta da classe operária por sua emancipação, mas não o único, e se os operários não prestam atenção a outros meios de luta, atrasam o desenvolvimento e os êxitos da classe operária. Com efeito, para que as greves tenham êxito são necessárias as caixas de resistência, a fim de manter os operários enquanto dure o conflito. Os operários (comumente os de cada indústria, cada ofício ou cada oficina) organizam essas caixas em todos os países, mas na Rússia isso é extremamente difícil, porque a polícia as persegue, apodera-se do dinheiro e prende os operários. Naturalmente, os operários sabem resguardar-se da policia; naturalmente, a organização dessas caixas é útil, e não queremos dissuadir os operários de se ocuparem disso. Mas não se deve confiar em que, estando proibidas por lei, as caixas operárias possam contar com muitos membros; e sendo escasso o numero de cotizantes, essas caixas não terão grande utilidade. Alem disso, até nos países em que existem livremente as associações operárias, e onde são muito fortes as caixas, até neles a classe operária de modo algum pode limitar-se as greves em sua luta. Basta que sobrevenham dificuldades na indústria (uma crise como a que agora se aproxima da Rússia, por exemplo) para que os patrões temporariamente provoquem greves, porque às vezes lhes convém suspender temporariamente o trabalho e lhes é útil que as caixas operárias esgotem seus fundos. Daí não poderem os operários limitar-se, de modo algum, às greves e às sociedades de resistência.
Em segundo lugar, as greves só são vitoriosas quando os operários já possuem bastante consciência, quando sabem escolher o momento para desencadeá-las, quando sabem apresentar reivindicações, quando mantêm contato com os socialistas para receber volantes e folhetos. Mas operários assim ainda há muito poucos na Rússia, e é necessário fazer todos os esforços para aumentar seu numero, tornar conhecida nas massas operárias a causa operária, fazê-las conhecer o socialismo e a luta operária. Esta é a missão que devem cumprir os socialistas e os operários conscientes, formando, para isso, o partido operário socialista.
Em terceiro lugar, as greves mostram aos operários, como vimos, que o governo é seu inimigo e que é preciso lutar contra ele. Com efeito, as greves ensinaram gradualmente à classe operária, em todos os países, a lutar contra os governos pelos direitos dos operários e pelos direitos de todo o povo. Como já dissemos, essa luta só pode ser levada a cabo pelo partido operário socialista, através da difusão entre os operários das justas idéias sobre o governo e sobre a causa operária. Noutra ocasião nos referiremos em particular a como se realizam na Rússia as greves e a como devem utilizá-la os operários conscientes. Por enquanto devemos assinalar que as greves são, como já afirmamos linhas atrás, urna "escola de guerra”, mas não a própria guerra; as greves são apenas um dos meios de luta, uma das formas do movimento operário.
Das greves isoladas. os operários podem e devem passar, e passam realmente, em todos os países, à luta de toda a classe operária pela emancipação de todos os trabalhadores. Quando todos os operários conscientes se tornam socialistas, isto é, quando tendem para esta emancipação, quando se unem em todo o país para propagar entre os operários o socialismo e ensinar-lhes todos os meios de luta contra seus inimigos, quando formam o partido operário socialista, que luta para libertar todo o povo da opressão do governo e para emancipar todos os trabalhadores do jugo do capital, só então a classe operária se incorpora plenamente ao grande movimento dos operários de todos os países, que agrupa todos os operários, e hasteia a bandeira vermelha em que estão inscritas estas palavras:
"Proletários de todos os países, uni-vos!"

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Notas:
[1] As “caixas de resistência” correspondem ao fundo de greve. (retornar ao texto)

Plenária Geral do Movimento

Hoje dia 11 de novembro de 2007, o Movimento passou o dia em plenária no CSU da Borges de Melo para discutir a organicidade do movimento e as Frentes de Serviços, neste dois debates contamos com presença de mais de 40 pessoas e mais de 12 bairros da cidade. Tiramos na reunião de hoje entre outras coisas a leitura do nosso Programa Politico nos bairros e nas regionais.

" Mais um passo a frente, nem um passo atrás a luta por trabalho é o povo quem faz"

A Revolução Russa

REVOLUÇÃO RUSSA: UM MARCO NA HISTORIA DA HUMANIDADE.
A revolução Russa foi certamente o mais importante episódio da historia do século XX e ao mesmo tempo, o mais controverso e polemico nas suas interpretações. E não poderia ser diferente. Pela primeira vez na historia da humanidade, os oprimidos, trabalhadores, os explorados, destronaram as classes dominantes, abastadas, opressoras, e tomaram o poder político com as armas na mão.

Daí, não havia meio termo para sua avaliação. Ou defendia-se os rebelados debaixo, ou assumia-se os interesses dos poderosos destronados.

Muitos livros magníficos foram escritos descrevendo os detalhes e a natureza da que foi a primeira revolução popular vitoriosa da historia da humanidade. Recomendo que os mais jovens militantes busquem os clássicos sobre a historia da revolução russa, escritos por Isaac Deutscher, Leon Trotsky e por John Reed.

Mas o espírito desses artigos, nessa interessante iniciativa formativa é recolhermos algumas reflexões específicas que podem nos ajudar a compreender a importância da revolução russa para a luta de classes e para a militância social, nos dias de hoje.

E nesse sentido, queria comentar apenas dois aspectos, que em geral a esquerda brasileira não toma em conta. Tendo em mente que, certamente outros articulistas irão abordar temas mais candentes e reflexivos.

Primeiro, o momento histórico em que foi conseguido realizar a revolução social. A classe trabalhadora da Europa, vinha de várias derrotas políticas, desde a primeira experiência da comuna de Paris, e depois da revolução fracassada na Alemanha e de outros intentos de revoltas em outros países. Mesmo na Rússia, o ascenso de massas que resultou na revolta de 1905, havia sido derrotado. Lênin havia escrito em fevereiro de 1917, que provavelmente a sua geração não veria outro ascenso revolucionário. E no entanto, a história social o denunciou. Fruto das contradições da sociedade russa e da agudização da exploração em função da primeira guerra mundial, o ambiente de desemprego, fome e falta de terra, levaram a que as massas russas criassem um potente movimento de massas aglutinado sob as bandeiras da necessidade de pão, terra e paz. E com isso se construiu uma imbatível aliança entre os oprimidos, representada pelos camponeses, soldados que se negavam a ir a guerra e os operários industriais.

E num processo muito rápido, entre fevereiro e outubro, se criaram as condições objetivas para a derrota da classe dominante.

O segundo aspecto, é que embora num ambiente de crise política, adverso para a classe trabalhadora desde 1905, formou-se uma corrente de militantes revolucionários em toda Rússia , que atuavam de forma clandestina, alimentados pelo ideal da possibilidade do socialismo, como forma de superação da exploração capitalista. Havia muitas correntes com diferenças ideológicas pontuais. E entre elas, a mais importante, que acabou dirigindo o partido, foram os bolcheviques. Não eram os únicos revolucionários. Nem os mais importantes. Mas eles tiveram a perspicácia de desenvolver métodos de trabalho político clandestino e de organização das massas, que os levaram a depois a serem hegemonia política e ideológica no partido. Em geral, os manuais da esquerda apenas referenciam a genialidade de Lênin, como se a revolução fosse obra da esperteza política e de discursos inflamados. Lênin, por sinal era pouco conhecido entre as massas e os militantes. Seus principais escritos circularam com pseudônimos. O que garantiu de fato a vitória da primeira revolução popular, no campo das condições subjetivas, foi a combinação de um lado, da convicção das ideais socialistas, e por outro, o método de trabalho militante clandestino. Os bolcheviques não eram mais do que 12 mil militantes, em todo pais. Mas no auge do ascenso de massas, distribuíam mais de dois milhões de exemplares de seu jornal, de forma clandestina, nas fabricas, colégios, escolas, campos e construções. Atuavam organizados em células, de 8 a 12 pessoas. Mas essas células estavam organizadas no interior da classe trabalhadora, seja nos espaços das fábricas, nas comunidades aonde moravam os camponeses, nos quartéis, nas escolas e nos espaços intelectuais. Seu objetivo principal não era apenas fazer luta ideológica ou se transformar num grupelho iluminado. Sua tarefa era organizar o povo. Organizar as ações de massa. Conviver no meio do povo, sentir suas necessidades e organizar a luta social para resolver seus problemas. Eram os verdadeiros “fermentos” no meio da massa, para organiza-la, agita-la, e dirigi-la para a luta. E o caráter conspirativo e clandestino que as condições exigiam, talvez tenham contribuído para um espírito de humildade maior, do que se vê nos dias atuais. Muitos de nossos militantes, muitas vezes se propõem a organizar o povo, já tendo como desvio pequeno-burgues de querer liderá-los. Os lideres não se candidatam. O povo escolhe a partir da confiança construída no dia a dia da luta.

Agiam com profissionalismo na divisão de tarefas. Tinham um profundo espírito de sacrifício, que implicava realizar suas tarefas militantes na clandestinidade, nos horários de folga do duro trabalho. Muitas vezes em condições insalubres do rigoroso inverno russo. Atuavam com um amor a causa, impressionante.
Dedicavam-se ao estudo. É impressionante até o hoje, o nível dos artigos dos jornais da época e do debate que se travava nos núcleos. Essa natureza da militância revolucionária, é que Lênin mais tarde classificou de “profissionais da revolução”. E que infelizmente algumas correntes contemporâneas interpretam apenas como “liberar os militantes para o trabalho político”. O aspecto profissional, era no sentido de que cada militante fazia sua tarefa com esmero e perfeccionismo. E por outro lado, transformavam a ação em prol da revolução como uma missão, como uma profissão de fé.
Então, acredito que há um enorme legado dos militantes russos, que nos deixaram de lições e aprendizados de sua experiência concreta, para as gerações atuais e futuras. Deles devemos recolher, o espírito de sacrifício, a dedicação, o espírito conspirativo, o amor ao estudo, e a organização celular, levada a todos os espaços aonde o povo vive. Mais do que palavras de agitação e referencia aos líderes, é hora de aprendermos com a militância que de fato fez a primeira revolução popular da historia da humanidade.

João pedro stedile, 21 outubro de 2007

40 anos da Morte do Che. .

Estimado amigo e amiga do MST,

Hoje completam 40 anos da morte do revolucionário Ernesto Che Guevara. Em vários países do mundo, e especialmente da América Latina, militantes de esquerda e movimentos sociais realizam homenagens ao homem que se transformou num dos maiores símbolos da luta pela liberdade dos povos latino-americanos, caribenhos e africanos.

Era certo que a burguesia e o imperialismo também não deixariam essa data passar despercebida. Para estas forças conservadoras, o frio assassinato que promoveram em La Higuera (Bolívia), em 1967, não foi suficiente para aplacar o ódio de classe que sentiam ao líder revolucionário. Além de assassinar o corpo, é necessário também assassinar a história. Coube à revista Veja, do Grupo Abril, ser mais uma vez, porta-voz das forças reacionárias e de praticar um jornalismo sem nenhum compromisso com os fatos.

Para nós, trabalhadores e trabalhadoras, o mês de outubro é um período de resgatar a história, os ensinamentos e o exemplo de Ernesto Che Guevara. Por que recordar o Che? Porque ele dedicou sua vida para a causa do povo. Deixou-nos um legado de solidariedade incondicional com todos os oprimidos e de compromisso com as lutas pela libertação dos povos.

Fidel, ao referir-se a Che, disse: “nos deixou seu pensamento revolucionário, nos deixou suas virtudes revolucionárias, nos deixou seu caráter, sua vontade, sua tenacidade, seu espírito de trabalho. O homem que deve ser modelo para nosso povo”. Decididamente, a contribuição de Che, por suas idéias e exemplo, não se resumem a teses de estratégias militares ou de tomada de poder político. Nem devemos vê-lo como um super-homem, dotado de poderes sobrenaturais e infalíveis. E, tampouco exorcizá-lo, reduzindo-o a um mito.

Olhando sua obra falada, escrita e vivida, podemos identificar em toda a trajetória um profundo humanismo. O ser humano era o centro de todas as suas preocupações. A admiração e o respeito devem ser direcionados a sua vida, sua capacidade dialética de sempre aprender, sua persistência em lutar contra qualquer forma de injustiça, sua capacidade dirigente e sua humildade. Ele mesmo nunca permitiu que o transformassem em um mito.

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Che é para nós um exemplo de superação dos próprios limites e de um profundo amor à humanidade.

“Permita-me dizer-lhes, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor [...] todos os dias é preciso lutar para que esse amor à humanidade viva se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo de mobilização” (Che Guevara).
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A indignação contra qualquer injustiça social e sua revolta às políticas imperialistas, implementadas em qualquer parte do mundo, era o que mais o motivava a lutar. Dizia ele “... cada vez que um país se desprende da árvore imperialista, ganha não só uma batalha parcial contra o inimigo fundamental, mas também contribui para o real enfraquecimento e dá um passo para a vitória definitiva”.

Sua persistência, não medindo esforços em quaisquer circunstâncias, mede-se por seu trabalho, suas lutas e, sobretudo, por seu exemplo prático. Mesmo como ministro de Estado, dirigente da Revolução Cubana, fazia trabalho solidário na construção de moradias populares, hospitais, escolas e no corte da cana. “No futuro, teremos todos que cumprir os nossos deveres revolucionários e que renunciar temporariamente a certos privilégios e direitos em benefício da coletividade”.

Defendia, com sua elaboração teórica e com sua prática, o princípio de que os problemas do povo somente se resolvem se todo o povo participar ativamente na busca e na implementação das soluções dos seus próprios problemas. Acreditava no poder e na necessidade do povo ser protagonista de sua própria história. Para ele, uma revolução social se caracteriza, fundamentalmente, pelo fato de o povo assumir seu próprio destino, participar de todas as decisões políticas da sociedade.

Sempre defendeu a integração completa dos dirigentes políticos com a população. Combatia, dessa forma, os populismos demagógicos. E assim mesclava a força das massas organizadas com o papel dos dirigentes, dos militantes, praticando aquilo que Gramsci já havia caracterizado como a função do intelectual orgânico coletivo.

Teve uma vida simples e despojada. Nunca se apegou a bens materiais. Denunciava o fetiche do consumismo, defendia com ardor a necessidade de elevar permanentemente o nível de conhecimento e de cultura de todo o povo. Por isso, Cuba foi o primeiro país a eliminar o analfabetismo e, na América Latina, a alcançar o maior índice de ensino superior.

O conhecimento e a cultura eram para ele os principais valores e bens a serem cultivados. “No dia em que deixamos de aprender, que acreditarmos saber tudo ou que tivermos perdido nossa capacidade de intercambio com os povos, será o dia em que teremos deixado de ser revolucionários”, afirmava ele. E, acrescentava: “a sociedade em seu conjunto deve se converter em uma gigantesca escola”.

Para nós, o conhecimento e a experiência deixados por Che Guevara são apreendidos todos os dias, em nossas atividades cotidianas, na nossa formação, no nosso empenho pela educação, no nosso enfrentamento com o imperialismo e com a burguesia brasileira, que abandonou a idéia de construir uma Nação em nosso país. Há mais de 500 anos, a elite do nosso país preocupa-se unicamente em reforçar uma política de sermos subalternos aos interesses do mercado internacional e de facilitar a exploração das nossas riquezas naturais e do nosso povo. Mais do que nunca, as idéias e os ideais de Ernesto Che Guevara estão presentes, junto à classe trabalhadora brasileira.

No mês de outubro, o resgate aos ensinamentos de Che se transforma em homenagens. Mas também, em ações práticas que se espalham por todo o país por meio da Jornada de Solidariedade e Trabalho Voluntário. Em sua memória vamos estudar, praticar ações solidárias e celebrá-lo em todas as áreas de Reforma Agrária, acampamentos e assentamentos.

Sabemos que é preciso seguir pela trilha dos seus passos, buscando cada dia ser melhor na prática militante, nos estudos e na convivência com os outros. Acreditar em Che, relembrar o Che hoje é, acima de tudo, cultivar esses valores da prática revolucionária que ele nos deixou como legado. A burguesia queria matar o Che. Levou seu corpo, mas imortalizou seu exemplo.

Che vive! Viva o Che!

Direção Nacional do MST


“Temos um caminho difícil a percorrer. A nossa força reside na unidade dos operários e camponeses, de todas as classes necessitadas, que devem marchar para o futuro”.
Ernesto Che Guevara


esse texto está no site do MST : www.mst.org.br